quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A História

           No final do mês de outubro, comecei a desconfiar que poderia estar grávida novamente. Sintoma: dor nos seios. Mas como queríamos muito essa gravidez, não quis me empolgar antes da hora, já que ainda faltava alguns dias para minha menstruação vir. E ela não veio…

           Antes de prosseguir, acho que vale a pena contar um pouquinho da nossa história para que vocês entendam o quanto esse bebê é desejado e esperado.
            Eu e meu marido somos casados há 6 anos e meio. Nós amamos viajar, e desde sempre falamos que gostaríamos de ter filhos com 5 anos de casados, para poder aproveitar bastante a vida a dois. Quando fizemos 4 anos, fui à minha médica para fazer os exames pré-gravidez e apesar de estar tudo aparentemente normal, ela me disse que não se sentia confortável para me liberar, por causa do meu cisto no fígado. Eu tinha um cisto gigante, adjacente ao fígado, com 2,6 kg e 38 cm (praticamente um bebê), descoberto 8 anos antes, que nenhum médico conseguia diagnosticar. Como ele não me incomodava, por incrível que pareça eu não sentia dor e nem tinha um barrigão como era de se esperar, eu já tinha deixado pra lá.
            Procurei outros médicos para saber o que achavam de eu engravidar com aquele cisto, e como ninguém tinha visto nenhum caso como esse antes, as opiniões variavam. Meu marido achou melhor eu resolver de uma vez por todas essa situação que no fundo sempre o preocupou. Acabei caindo nas mãos de um gastro, amigo da família, que levou o caso para uma junta médica que avaliava casos raros, e um dos médicos conhecia esse cisto raríssimo, que só dá em mulheres, e meu cisto finalmente ganhou um nome: cisto adenoma biliar. Ele era benigno, mas tinha grande chance de malignizar e por isso, acharam melhor eu operar o quanto antes. 2 meses depois, estava eu dando entrada no hospital para de uma vez por todas eliminá-lo. A má notícia é que eu teria que esperar 1 ano após a cirurgia para começar a tentar engravidar.
            Como sou capricorniana, super planejada, foi difícil lidar com a idéia de que meus planos de ser mãe teriam que ser adiados.
            Passou-se 1 ano e as tentativas começaram, com uma viagem no meio e uma interrupção de 2 meses para mudança de emprego, 9 meses depois veio a grande notícia que eu estava grávida.
            Descobri 2 dias antes do Dia das Mães, e claro que não podíamos nos conter de felicidade e aproveitar o momento em que as famílias estariam reunidas para dar a grande notícia a todos. Não vou entrar em detalhes agora, mas a emoção foi geral, o bebê era muito esperado por todos, pois seria o primeiro neto dos dois lados.
            Nem preciso dizer o quanto fui mimada e paparicada nas semanas que se seguiram. A emoção do primeiro ultrassom, de ver o coraçãozinho batendo foi inesquecível. Guardo as imagens na minha cabeça até hoje.
            Eu estava me sentindo muito bem, não enjoava, sentia bastante sono e fome, mas estava bem disposta. Na 10a. semana, tive um leve sangramento na terça-feira, que desapareceu na quarta e apareceu novamente na quinta. Liguei pra minha médica e ela me pediu para fazer um ultrassom, que consegui marcar para o início da noite, embora pelo que eu estava dizendo não parecesse nada demais, sempre é bom verificar.
            Na noite de quinta-feira veio a má notícia, o coração do nosso tão amado bebezinho tinha parado e ele não estava mais se desenvolvendo. Não conseguíamos acreditar que aquilo estava acontecendo com a gente. Foi uma tristeza profunda, mas Deus sabe o que faz e se aquela gravidez foi interrompida é porque tinha que ser assim e tínhamos que aprender alguma coisa com essa experiência.
            Foi muito difícil dar a triste notícia aos nossos pais, irmãos, parentes e amigos que estavam acompanhando esse momento tão especial das nossas vidas e viam o quanto estávamos felizes. Mais difícil ainda, foi esperar 3 semanas para que meu organismo expulsasse naturalmente a placenta e a sementinha, quarentena depois disso e mais algumas semanas para começar as tentativas novamente.
            Lado bom da história, eu e meu marido nos aproximamos muito com tudo isso e nosso relacionamento se fortaleceu mais ainda depois do que passamos. Ficamos mais unidos e compreensivos um com o outro.

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